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10 de agosto de 2009

Closer

Acabei de ver este filme que não é nada recente mas estava na calha para ser exibido cá em casa e ainda sinto o amargo na boca e o aperto no coração que me provocou. As sensações são conhecidas e eu nem sou de desgostos amorosos nem de paixões assolapadas mas há feridas que se reconhecem e dicficilmente são retratadas com tamanha exactidão. Aquele feeling de não amar e não ter coragem de o admitir, de se esconder atrás de esperanças e sonhos cor-de-rosa, de preferir o confortável à honestidade. Ou por outro lado o preterir o orgulho para se ter um pouco mais do que já acabou faz tempo apenas porque é difícil mudar e sair da zona do conhecido.

Gozam comigo porque não gosto de filmes com finais felizes e não é que não tenha sentimentos, não é que defenda os amores impossíveis ou goste de filmes pseudo-intelectuais em que alguém tem de morrer ou têm de viver infelizes para sempre, nada disso! Mas gosto de filmes que retratam os sentimentos como eles são e nas coisas do coração os sentimentos nem sempre são doces, aliás muitas vezes nem se sabe bem o que se está a sentir. É neste limbo de medo, vontade, esperança, insegurança e desconhecido que reside o meu "love", para mim o verdadeiro. E não quero com isto dizer que o amor tem de ser mau, duro, amargo etc, não sou nada do tipo "ai ai meu deus que o amor só serve para nos dar desgostos e dores de cabeça" mas aproveito para deixar o desabafo de que estou fartinha de filmes muito lindos em que os problemas são forçados e no fim fica tudo muito lindo em paz e harmonia. Culpo este tipo de filmes pelo fracasso de muitas relações e de muitos corações constantemente inseguros que levam à exaustão qualquer amante mais dedicado. As pessoas esperam coisas que não são reais, têm expectativas demasiado altas porque vivem no casulo daquilo que alguém idealiza como sendo o verdadeiro amor.
Gosto deste filme porque acredito que muitas vezes se tem de sair do conforto do conhecido e se arriscar. Porque a honestidade para com os outros e especialmente para connosco próprios vale mais que as aparências de relações forjadas na solidão. Porque o amor não é (só) feito de planos e esperança e cada um deve delinear aquilo que sente e deseja antes de esperar provas de amor do próximo. Porque um companheiro não é uma projecção das lacunas pessoais, não é um tapa-buracos das frustrações individuais mas antes um complemento da e para a nossa própria felicidade. Porque sei que às vezes temos de rejeitar o bom para se alcançar o ideal mesmo que pelo caminho nos encontremos com o pior. Mas se eu não velar por mim, que o fará?!

4 de março de 2009

The Reader

A verdadeira história de amor. Ela é arrogante e bruta mas ele olha para ela de forma terna anyway. Olha para ela e derrete-se todo. Não é amor porque sim, amar até ao fim no matter what, amor incondicional, não! É um amor que o acompanhou durante toda a vida sem que ele fizesse nada para que isso acontecesse. Um amor acompanhado de desilusão, mágoa. Ela é imperfeita. Não é a actriz boazona que faz de feia mas no fim se revela ou que é feia para nos mostrar que há mais para além do exterior. É um retrato de alguém que é feio por dentro e por fora (esta parte é questionável, eu sei, não que ache a Kate feia, que não acho, mas vejo a personagem como alguém rude, feio). Ingénua ou insensível? Egoísta ou alienada? Inconsciente ou mentecapta?
Uma nova perspectiva das condenações referentes ao Holocausto: os réus que são apenas marionetas nos jogos políticos, as punições-exemplo para acalmar as massas.
Parabéns pelo filme, pelo bom filme. O passar dos anos, o desenrolar da história, o retrato das personagens tudo contibui para uma película de grande qualidade.
Parabéns, Kate, pelo desempenho mas quem sou eu para falar de Óscares... Eu gostei e pronto! :)


7 de fevereiro de 2009

A Troca


O casal mais afamado de Hollywood já anda a partir a loiça toda. O motivo prende-se com o fruto dos seus trabalhos realizados antes de partirem para outros mundos e seguirem causas mais nobres que o entretenimento da cultura ocidental.
É que se o "Estranho Caso de Benjamin Button", de que ainda não tive oportunidade de falar aqui, do nosso Brad é um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, "A Troca" protagonizado pela sua cônjuge é fraquinho fraquinho...
É só uma opinião de treinador de bancada mas nesta coisa dos filmes quem dita e desdita são precisamente aqueles que ocupam as faustosas, ou não, cadeiras do cinema. E por mim, entreteve sim senhor, passei umas agradáveis 3 horas (!!!) sim senhor, mas não me trouxe muito de novo. Um drama baseado numa história real mas que a na sala de cinema onde assisti surtiu mais risos que emoção.
A tradução não prima de modo algum pela qualidade, com erros técnicos e principalmente falta de naturalidade que é "só" a regra número um da legendagem...
Resumindo, faço minhas as palavras de Mário J. Ferreira: "quando acabamos de ver "A Troca", a sensação que fica é que passamos quase 3 horas sentados a ver um filme correcto, tecnicamente bem realizado, mas sem alma".

21 de outubro de 2008

London


Mais um filme do loooove pór-traumático.
Gostei de mais uma visão do amor e das relações desequilibradas que tanta pica dão, do querer afastar e de como ímanes irmos parar ao mesmo sítio. Do doce sabor da rendição à atracção.
Não há muito a comentar, só que gostei e recomendo.

Deixem comentário após visionamento do mesmo se vos aprouver!

This is England


E com este post dou início à minha secção de cinema com os meus comentários pessoais onde é permitido dizer que adormeço com as sagas StarWars e Lord of the Rings sem ser por isso ostracizada por uma qualquer comunidade. A ti, leitor fiel, perdoa-me! Mas afinal parece que até no mundo virtual ninguém é perfeito.

This is England é o título de um dos mil filmes que tenho visto ultimamente uma vez que a vida de desempregada mo permite por ter tempo de sobra e pouco dinheiro na carteira para outro tipo de passatempos. Gostei deste filme por retratar a realidade skinhead como teve início, no tal início em que skinhead não era sinónimo de racismo e xenofobismo e onde a doutrina não era assim tão descabida nem acabava com actos de violência desacerbada como os que são praticados hoje por skinheads ou boneheads, (já não os sei distinguir...) e de como as mentalidades podem mudar quando um bom (?!) líder arrasta consigo as ovelhas tresmalhadas.

Numa última análise dei por mim a pensar no perigo em ser-se fraco de espírito por quão vulneráveis ficarmos quando não temos algo a que nos agarrar ou por outro lado quando defendemos algo com tal garra cega que nos tornamos apenas mais uma ovelha com uma máscara diferente.

Neste mundinho vicioso em que vivemos, nesta sociedade em que caímos diariamente (e por vezes gostamos), na letargia com que nos deparamos todo o santo dia há que ter cuidado para não nos sufocarmos no nosso próprio âmago e a caixinha mágica sugadora de almas, ideias e opiniões dá o seu contributo para a dormência mental estimulada através de cores e imagens fofinhas de um mundo perfeito como o que encetámos mas não cuidámos.

(Obrigada Mini-Ana por me teres dado o bichinho da curiosidade em relação a este filme)